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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Alta de alimento corrói reajuste do salário


Cada mês aumenta mais a quantia de dinheiro deixada pelos moradores da região nos caixas dos supermercados. Enquanto a cesta básica saltou de R$ 314,24 em janeiro de 2010 para R$ 363,49 no mês passado, variação de 15,67%, o valor do salário-mínimo foi reajustado em apenas 6,86%, de R$ 510 para R$ 545.O pesquisador do Instituto Assaf, de análise e pesquisas econômicas, Fabiano Guasti Lima, explica que o resultado desta conta é que os consumidores tiveram seu poder de compra corroído pela elevação dos alimentos. A alta dos preços da cesta na região foi acima da inflação do País, o IPCA, que no mesmo período subiu 9,33%."A situação ideal era que a evolução do salário-mínimo acompanhasse os preços dos alimentos para que o bolso da população não fosse penalizado. O cultivo de produtos innatura foi prejudicado em especial pelas questões climáticas, como o aumento das chuvas", diz Lima.Estudo realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostra que nas regiões metropolitanas do País o comprometimento médio da renda no gasto com alimentos chega a 55%, no caso do trabalhador que recebe R$ 545 por mês. Na Capital paulista sobe para 62%. Ou seja, a despesa mensal média chega a R$ 299,75.Em janeiro do ano passado, os moradores encontravam os 34 itens básicos de consumo (alimentos, higiene pessoal, limpeza doméstica e hortifrúti) nas lojas por R$ 314,24. Em dezembro, eles custavam R$ 366,09. Isso significa que na ponta do lápis, foram desembolsados R$ 51,85 a mais para adquirir os mesmos produtos.A situação está ficando mais crítica neste ano, com as carnes bovinas e de frango e hortifrútis aumentando quase que semanalmente. "Faz alguns anos que a proteína bovina não para de subir", afirma Fábio Vezzá De Benedetto, engenheiro agrônomo da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André.Nesta semana, o quilo da carne bovina de primeira tem preço médio de R$ 15,51. Em igual período da semana passada, o valor era R$ 13,72. Com os cortes de segunda ocorre o mesmo: R$ 11,64 agora e R$ 8,89 no ano passado.